sábado, 20 de outubro de 2012

Linguagem de cinema ajudou no sucesso da novela Avenida Brasil



Matéria Completa em Cursos Raízes Culturais / Agenda

Muitos especialistas apontam que um certo ritmo cinematográfico teria sido um dos fatores da surpresa na teledramaturgia nacional chamada Avenida Brasil. Outros enxergam que a construção da novela como seriado, uma espécie de "A Grande Família do Tufão", seria a chave para entender o sucesso. Mas a grande novidade da trama de João Emanuel Carneiro é aparentemente não apresentar nada de novo, o ineditismo está na mixagem de tudo que já foi produzido na TV.

O ritmo cinematográfico já estava presente nos travellings cuidadosos e na câmera na mão de O Rei do Gado (1996), dirigida por Luiz Fernando Carvalho. A novela enquanto seriado já está presente nas telinhas desde os anos 80, principalmente nas tramas das 19h. Muito menos a ambiguidade da protagonista Nina (Débora Falabella) é uma novidade, o Anjo Mau (1976) com a enfermeira interpretada por Susana Vieira que balançava entre ser vilã e mocinha que o diga.



Também não há nenhuma originalidade na metalinguagem empregada na trama. Por exemplo, o sinal de banana de Max (Marcello Novaes) ao deixar de vez a mansão de Tufão (Murilo Benício) revelando o segredo de Carminha (Adriana Esteves) é uma referência clara a Reginaldo Faria (Marco Aurélio) no final de Vale Tudo (1988), assim como a vilã Carmem Lúcia se dizendo enojada da pobreza do suburbano Divino é citação à Bia Falcão, personagem de Fernanda Montenegro em Belíssima (2005) soa como algo autêntico. Mas, na novela anterior, Fina Estampa (2011), a socialite Tereza Cristina (Christiane Torloni) não cansava de citar a vilã de Senhora do Destino (2004), Nazaré Tedesco (Renata Sorrah), no momento de matar alguém empurrando-a da escada.

Então, qual seria o legado de Avenida Brasil e seu tamanho sucesso tanto de público como de crítica?

Como um bom DJ que conhece profundamente o material e o público com o qual está trabalhando – ou se preferirem ser mais zona sul, um maestro – tanto o autor João Emanuel Carneiro como os diretores José Luiz Villamarim e Amora Mautner souberam ...Continua em Agenda
Fonte: vírgula.uol.com.br

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