A versatilidade é a marca registrada da carreira de Jean Pierre Noher. Aos 57 anos, o ator franco-argentino é conhecido por seus inúmeros trabalhos internacionais, tanto no cinema quanto na televisão. Isso porque, além da Argentina, onde reside, ele também já atuou em países como Estados Unidos, Chile, Itália e Espanha. Atualmente no ar como o estelionatário Duque em Flor do Caribe, Jean estreou na teledramaturgia brasileira em 2008, quando foi chamado para integrar o elenco da novela A Favorita. O convite veio como uma consequência da repercussão positiva que o longa Um Amor de Borges – protagonizado por ele – teve no país.
"Quando o filme chegou ao Festival de Cinema de Gramado, foi assistido por muitos produtores de elenco e diretores. Assim, acabei sendo convidado para a novela de João Emanuel Carneiro", relembra.
A preparação para viver o misterioso Duque no folhetim assinado por Walther Negrão teve muita influência da caracterização da produção. Depois de assimilar o figurino e os acessórios usados pelo personagem, Jean, junto com o diretor da novela, Jayme Monjardim, pensou em um toque final para o estelionatário: a barba. Na trama, apesar de trabalhar com contrabando, Duque é um homem leal e demonstra isso arriscando sua vida para tirar Cassiano, protagonista interpretado por Henri Castelli, de uma prisão clandestina.
"No fundo, ele é um cara do bem. E por ter trabalhado com estelionato, é sedutor e carismático porque precisava disso para convencer os outros", explica.
O Fuxico: Você participou de novelas em inúmeros países pelo mundo, só no Brasil já está em seu quarto folhetim. Vê algum diferencial nas produções nacionais?
Jean Pierre Noher: As novelas brasileiras são conhecidas em todo o mundo e, de fato, são as mais bem produzidas também. Além de já ter trabalhado em folhetins de outros países, sempre que viajo eu procuro assistir a um pouco da produção local e nenhuma se compara a daqui. Em Flor do Caribe, todos os mínimos detalhes são trabalhados. A fotografia, por exemplo, se aproxima a do cinema. Sem contar o investimento que se faz. Nós fomos gravar na Guatemala com uma estrutura incrível. Esse é o diferencial do Brasil.
OF: Entre os quatro folhetins brasileiros que você já participou, dois eram assinados por João Emanuel Carneiro. As tramas do autor motivam você a trabalhar mais no Brasil?
JPN: Eu considero o João Emanuel um gênio da dramaturgia brasileira. Ele sabe trabalhar as emoções do público através de suas histórias. Tanto em A Favorita quanto em Avenida Brasil, traçou suas mocinhas com aspectos de vilãs, desenvolvendo suas tramas de maneira tão divertida e popular que, assim como uma obra clássica, podem ser assistidas diversas vezes que não vão cansar.
OF: Você acumula mais de 50 longas em seu currículo. Nos últimos anos, inclusive, vem se alternando entre o cinema argentino e o brasileiro. Como enxerga esses dois mercados tão distintos?
JPN: Alguns dizem que o cinema argentino tem a vantagem da língua, porque o espanhol é o terceiro idioma mais falado no mundo, mas longas iranianos e coreanos estão cada vez mais ganhando espaço no mercado internacional. Então, não acredito nisso. Na verdade, os roteiros argentinos são muito bem elaborados. Mas o cinema brasileiro também é muito bom. Até as comédias mais populares são interessantes porque o Brasil é um país de grande extensão, então é necessário fazer um filme que alcance todos os públicos.
OF: Você está prestes a completar 37 anos dedicados às Artes Cênicas. De onde surgiu o interesse pela carreira artística?
JPN: O meu primeiro contato com a interpretação foi quando eu ainda era um menino. Na época, já
morava na Argentina e minha avó me levou para assistir a um musical clássico chamado Pedro e O
Lobo. Eu me encantei pelo espetáculo e fiquei com aquilo marcado em mim. Aos 20 anos, decidi
entrar para um curso teatral. E quando as oportunidades começaram a surgir, percebi que era isso mesmo que eu queria.
OF: Você costuma emendar vários trabalhos. Já tem algum projeto em vista para depois de Flor do Caribe?
JPN: Eu devo começar a filmar duas produções depois da novela. A primeira é O Grand Tour, que será dirigido por Felipe Braga. Onde eu vou interpretar um cantor romântico em decadência que roda o Sul do Brasil e a costa do Uruguai fazendo pequenas apresentações. Mas ainda não sabemos se será um longa ou uma série. O outro é um filme mesmo, chamado Happy Hour, e será uma coprodução Brasil-Argentina. Os dois são consequência dessa porta que as telenovelas abriram para mim aqui no mercado brasileiro de dramaturgia.
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fonte: http://ofuxico.terra.com.br/
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