terça-feira, 13 de agosto de 2013

O Curso de Cinema: Falta de estrutura atingiu primeiras turmas de dança e cinema da UFPE


Falta de estrutura atingiu primeiras turmas de dança e cinema da UFPE
Infraestrutura melhorou e universidade promete novas salas e equipamentos.
Muitos alunos já entraram nas graduações em contato com as artes.

Jéssica contou que primeira turma sofreu pela falta de estrutura da UFPE. (Foto: Vitor Tavares / G1)

Cursos do Centro de Artes e Comunicação (CAC) da Universidade Federal de Pernambuco(UFPE), as graduações em dança e cinema também formaram seus primeiros profissionais no primeiro semestre de 2013. Diferente de outros cursos, muitos estudantes das duas áreas já eram formados ou já estavam envolvidos com as duas artes antes mesmo de ingressar na universidade. Em comum, graduandos ouvidos pelo G1 reclamaram que faltou estrutura física, como equipamentos e salas específicas.

Apesar de já trabalhar como bailarina e professora de dança, Jéssica Ferreira reconhece que, durante o tempo de graduação, se tornou uma profissional com uma visão diferente no modo de ensinar e de entender o corpo. Já o médico Douglas Santos conciliou a profissão da área de saúde com os estudos do audiovisual e já ingressou em um mestrado no Departamento de Comunicação da UFPE.



Jéssica atua como professora de dança em Olinda
(Foto: Vitor Tavares / G1)

Desde 2007 que Jéssica já possui sua escola de dança, no bairro de Peixinhos, em Olinda. Ex-aluna do curso de matemática da Universidade de Pernambuco (UPE), teve que largar a graduação para poder se dedicar integralmente à dança. “Quando vi que tinha aberto o curso, quis logo fazer. Mas minha família, que sempre viu a dança como um hobby, não apoiava a mudança. Tive que encarar e decidir que era isso que queria para minha a vida”, contou.

Jéssica se dedicava ao balé desde criança, em escolas específicas para bailarinos. Desde então, a paixão aumentou e, junto a ela, a intenção de se graduar para poder ensinar. “O curso da Federal forma professores, e não bailarinos. A UFPE respaldou o conhecimento que eu já tinha, trouxe o conhecimento do corpo e mostrou a dança como uma área de estudo e aprendizado”, definiu Jéssica, que enxerga sua área de modo tão importante quanto matemática e biologia, por exemplo.
Durante o curso, os graduandos em dança puderam aprimorar técnicas, mas sempre alinhando à teoria. “A técnica não é tudo, mas não podemos desperdiçá-la. O ensino na universidade mostra que a dança não é só a reprodução, mas também uma ciência, uma área do conhecimento, que entende o corpo humano”, destacou Jéssica.

A graduação de dança, no início, não contava com salas apropriadas. Atualmente, duas salas foram concluídas e devem ser entregues totalmente prontas para os alunos ainda em 2013, de acordo com a pró-reitora para Assuntos Acadêmicos da UFPE, Ana Cabral. A coordenação do curso ainda aguarda a visita dos avaliadores do Ministério da Educação (MEC). Foram formados na primeira turma oito estudantes, de um total de 30 aprovados.

De acordo com Jéssica, seus companheiros de sala hoje se encontram em escolas de dança, dando aulas em colégios ou tentando ingressar na carreira acadêmica.

Douglas é médico e bacharel em cinema.
(Foto: Douglas Deó / Acervo Pessoal)

Filmes
Não é de hoje que o cinema pernambucano vem despontando como um dos mais importantes no cenário nacional, com filmes e diretores premiados. Diante do crescimento, surgiu em 2009 o curso de cinema da UFPE. Apesar de poder ser concluído em três anos em meio, de acordo com a coordenação do curso, foi apenas após oito semestres que a graduação formou a primeira turma, com cinco alunos, de um total de 25 aprovados. Apesar do número baixo, muitos dos estudantes apenas adiaram a graduação – por terem outros compromissos paralelos ou por estarem realizando intercâmbio através do programa Ciência Sem Fronteiras, do governo federal.

Douglas Deó, laureado da primeira turma da UFPE, agora é bacharel em cinema e médico. Ainda atuando como clínico, pretende investir na carreira audiovisual e deixar mais de lado a medicina. Nos mais de quatro anos de curso, ele não teve tempo para se aprimorar no cinema como técnica, na produção, já que isso demandava tempo para viagens longas. Diante disso, tornou-se um estudante aprofundado na parte teórica, sendo aprovado no mestrado assim que terminou a graduação.

Douglas também nunca tinha tido contato com produção audiovisual anteriormente. “Ter uma base é sempre bom, mas você consegue desenrolar lá dentro. Além das cadeiras oferecidas, você conhece pessoas que já atuam na produção de filmes, cria um contato muito grande. Mas ter o interesse de buscar e apreender é imprescindível. Quem tem a pretensão de fazer o curso tem que saber que o cinema é uma arte coletiva, tem que ter a noção de dificuldade, pois viver de arte é uma forma complicada. Você precisa ter jogo de cintura”, contou.

A grade de professores de cinema na UFPE é formada por profissionais migrados de outras áreas, como comunicação e arquitetura. A base para os estudantes, então, vem de múltiplos campos do conhecimento. “A ideia é abranger a teoria e prática, com estudos de campo e dentro da universidade mesmo. O que acontece - como problema geral das universidades públicas – é que, se fosse esperar estrutura ideal, não teríamos o curso nunca. Quando começou, não tinha estrutura. Mas, nos quatro anos, tiveram conquistas, equipamentos que foram construídos”, relatou Douglas.

Segundo a pró-reitora Ana Cabral, a ampliação do CAC está prevista para ser inaugurada no começo de 2014. Com as novas instalações, será possível reorganizar as salas do centro, dando mais espaço para alguns cursos. "Tivemos problemas com a empresa que estava construindo. Mas a nossa previsão é concluir o prédio até o final de ano, com uma programação de readequar espaços de cursos como os de comunicação", comentou Ana Cabral.

A pró-reitora informou ainda que foram comprados R$ 250 mil em equipamentos para o Laboratório de Som e Imagem (LIS) da UFPE. Também estão reservados mais R$ 636 mil para a compra de outros materiais para os cursos de comunicação, a serem disponibilizados para a diretoria do CAC ainda em 2013. O curso de cinema da UFPE recebeu nota 4 na avaliação do MEC, cuja nota máxima é 5.

fonte:http://g1.globo.com/

Para saber mais sobre O Curso de Cinema acesse cursosraizesculturais.com.br

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