quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Análise do mercado de cinema no Brasil


Veja matéria completa em : Cursos Raízes Culturais

Distribuição de salas de cinema reproduz desigualdade do País

O poeta irlandês Oscar Wilde escreveu que "a vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida". A célebre frase não deve valer para o cinema brasileiro. Por aqui, a fruição da sétima arte é que imita a vida. A distribuição de salas de cinemas no Brasil e o acesso da população reproduzem a concentração socioeconômica e a desigualdade regional do país, conforme dados da Agência Nacional de Cinema (Ancine).


De cada 10 salas de cinema no Brasil, sete estão em cinco estados do Sudeste e do Sul (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná). Mais da metade está nos estados do Rio e de São Paulo. Seis de cada 10 salas estão localizadas em 38 municípios com mais de 500 mil habitantes, que respondem por apenas 0,68% dos 5.565 municípios brasileiros. A concentração de salas de cinema é maior do que a da população: há 101,1 milhões de pessoas nessas cidades, equivalente a 53% dos mais de 190 milhões de habitantes contados pelo Censo Populacional 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2011, menos de 2% dos ingressos vendidos foram nas bilheterias de municípios com menos de 100 mil habitantes. Dentro das cidades com cinema, também há concentração espacial das salas: 85% do "parque exibidor" estão instalados em shoppings ou centros comerciais. Duas grandes redes de salas de cinema (Cinemark e Severiano Ribeiro) concentram 44,5% dos ingressos vendidos aos sábados (o dia da semana de maior público).

O diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, reconhece a concentração, mas pondera: "É preciso pensar na realidade do que são os municípios." Segundo ele, cerca de 4 mil municípios têm menos de 20 mil habitantes. Com o mercado pequeno e a baixa renda per capita, as pequenas cidades ''não têm viabilidade para manter salas de cinema em modelo comercial". "Cabe ao Estado regular e induzir. Mas não basta a vontade, tem que partir das condições objetivas", ressaltou ao lembrar que a instalação de cinemas é uma ''decisão de agentes privados".  

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fonte:www.economia.terra.com.br

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