quinta-feira, 21 de março de 2013

RJ: curso de cinema muda percepção de alunos de escola pública

Na rotina, Reino Fungi, Pitágoras, fórmulas químicas, planaltos e planícies do interior do País. Mas que tal ir para a escola aprender a ser camera man ou protagonista de um filme? Foi isso que passou a acontecer com os alunos do Colégio Estadual José Martins da Costa, em Nova Friburgo (a pouco mais de 130 quilômetros da capital, Rio de Janeiro), depois que a escola foi selecionada em um edital da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).


Nos últimos meses, alunos e professores conheceram obras de cineastas como Wim Wenders, produziram seus próprios produtos audiovisuais, participaram de mostras internacionais e até visitaram Buenos Aires. Tudo isso como consequência do projeto CineZé, curso de cinema da escola, que, como atividade extraclasse, "mudou a percepção de vida de algumas pessoas", diz uma das coordenadoras do projeto, Daniella D'Andrea Corbo.


Muitas instituições da rede pública de ensino do Estado se inscreveram no edital. Apenas quatro foram selecionadas, entre elas, a José Martins da Costa. Depois da surpresa e do entusiasmo inicial dos estudantes de Nova Friburgo, os professores Daniella D'Andrea Corbo, de artes, e Ricardo Esteves Monteiro, de ciências, partiram para um processo de capacitação voluntário oferecido pela UFRJ. "Eu e o Ricardo fomos chamados para um curso de 10 dias, com representantes de mais de 30 escolas. Somente depois de um processo demorado e detalhado que fomos selecionados pela universidade", explica Daniella. O edital também garantiu a estruturação do projeto na escola, com a doação de equipamentos de cinema para a instituição.


Além da produção de filmes, em que alunos de 11 a 15 anos trabalham dirigindo, atuando, criando roteiros, o CineZé promove, mensalmente, um cineclube, em que debatem com a comunidade friburguense sobre diretores que os inspiram, produções inquietantes, o que lhes chamou atenção em certo filme. Para a professora Daniella, é extremamente prazerosa e gratificante a experiência de estar dentro da escola com um enfoque diferente do tradicional. "Ver alunos de 11 anos assistindo a filmes como Asas do Desejo, do Wim Wenders, e gostando é gratificante. Eles estão mudando a percepção deles, estão aprendendo a refletir sobre assuntos diversos desde novos. Isso acaba influenciando positivamente no desempenho dentro da sala de aula", diz.


O ápice do CineZé foi quando os dois primeiros filmes produzidos, os curtas Beba com Moderação e Uma Nuvem Engolindo a Montanha, foram selecionados para participar da Mostra Geração – Festival do Rio, que aconteceu em outubro de 2012, e da Mostra Latino-Americana do Festival Hacelo-Corto, em novembro do mesmo ano, em Buenos Aires, na Argentina. Na ocasião, os 22 integrantes do grupo de cineastas mirins participaram de um sorteio para selecionar quem representaria a escola na capital do país vizinho. Sara Ouverney Rimes Felipe, do 6º ano, Gabriel Heringer de Almeida, do 7º ano, e Luiza de Miranda Alcântara, do 9º ano, acompanharam os coordenadores na viagem. "Foi sensacional a experiência de, além de saírem do Brasil e conhecerem outra cultura, sentirem que são capazes de, com dedicação e amor, chegar a lugares que antes nem pensavam. O projeto deles estava em uma mostra no exterior, representando o país inteiro, isso significa muito", comemora Daniella.


Para 2013, o CineZé promete crescer. Será realizada uma audição com estudantes do Ensino Médio para aumentar o grupo com alunos mais velhos. Outro planejamento é incrementar o leque de produções. "Aos pouquinhos, gostaríamos de ingressar na área de animações, com bastante experimentação", prevê Daniella

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fonte:http://noticias.terra.com.br/

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